domingo, 20 de março de 2011

Incultura Pop

De uns tempos para cá eu me dei conta de que desconheço muitas coisas ou pessoas famosas. Fama não está necessariamente vinculada a algo bom, mas sim, está infalivelmente associada a notoriedade. Sendo assim, eu me pergunto: como é que alguém ou algo famoso passa despercebido aos sentidos de alguns? Qual é a explicação para que algumas pessoas não notem o cogumelo de fumaça que vem da explosão de um sucesso meteórico? Como é possível não reconhecer, apenas pelo nome, um ator ou uma atriz que tenha estrelado em vários filmes e séries? Como é que alguns artistas, a despeito das incontáveis e apelativas tentativas de se aparecerem, não conseguem fazer com que seus trabalhos cheguem ao conhecimento de algumas pessoas? Quantos escândalos ou gafes são necessários para garantir a fama em sua totalidade?

Bom, talvez seja mais fácil encontrar respostas e compreensão a partir de exemplos...

Muitas vezes não pude levar a diante uma simples conversa sobre cinema porque em todas essas tentativas de bate-papo não fui capaz de identificar os atores. A propósito, eu quero agradecer aos meus solícitos amigos, sempre dispostos a estimular minha memória. Citam filmes, séries, comerciais e toda sorte de trabalhos cênicos, na esperança de que eu reconheça uma dessas obras para, então, poderem me dizer qual era o papel do ator ou atriz sobre quem estamos tentando conversar.

Embora sejam muitos casos, para mim é difícil lembrar-me deles. E creio que a falha na tentativa de lembrar está intrinsecamente ligada à incapacidade de identificar os atores ou atrizes nas respectivas ocasiões. Afinal, é difícil me recordar como foi quando um amigo tentou falar-me sobre um filme que eu não lembrava, com um ator que, a princípio, eu não conhecia, o qual, por sua vez, havia atuado numa série a qual eu, na melhor das hipóteses, apenas ouvira falar. Quem sabe se eu tivesse me lembrado dos atores nas devidas ocasiões, seria mais fácil eu lembrar-me dessas mesmas ocasiões agora. Por outro lado, isso desqualificaria esses casos como exemplos do que estou falando.

De qualquer maneira, talvez meu melhor desempenho numa tentativa fracassada de identificar um ator foi quando tentava conversar sobre John Malkovich. Um amigo tentou estimular minha memória:

- Putz, é um ator famoso! - eles sempre fazem questão de falar famoso: é como se falassem em negrito - Geralmente ele faz o papel do vilão. Já viu Queime Depois de Ler?
- Putz, não.
- Hum... Tem até um filme com o nome dele: Quero ser John Malkovich.
- Pô, legal, hein! Mas eu não vi... Ele faz o papel principal?
- Ele tá no filme, mas o papel principal é do John Cusack. Ele também fez Con Air.
- Ah, sim: ele é um dos caras "do bem".
- Não, ele é o vilão!
- Mas de quem você tava falando?
- Do John Malkovich, porra!
- Ah, é!
- Ele faz o papel de um vilão super foda!
- Ah, você tá falando daquele cara que ninguém quer soltar porque até os vilões acham que o cara é perigoso, né?
- Não, cacete! De quem você tá falando?

Naquele momento eu não sabia, mas falava sobre Steve Buscemi. O personagem dele não tinha muitas falas, mas eu gostei dessas poucas. Foi ele quem me contou sobre o acidente com o Lynyrd Skynyrd.



Não é raro que músicos atinjam recordes de vendas postumamente e o Lynyrd Skynyrd, de certa forma, se encaixou nesse padrão estatístico. Mas a banda não precisou do acidente de avião para ser reconhecida (felizmente, pois você e eu não desejamos a morte de ninguém, mesmo que o som seja uma droga, certo?). Sweet Home Alabama já era um hit antes de 1977, mas também gosto muito de Free Bird, que não me lembro de ter ouvido em nenhuma rádio. O que, de certa forma, é curioso, se levarmos em consideração que nos EUA é como uma tradição gritar "Free Bird" em qualquer performance ao vivo, como um pedido para que a música seja tocada. Não importa o estilo musical de quem se apresenta, nem a magnitude do espetáculo (barzinho ou concerto de proporções internacionais), tampouco se isso vai importunar a banda e, muito menos, se isso vai parecer divertido para o restante da audiência: assim que houver uma pequena pausa alguém gritará "Free Bird"! Aqui, por outro lado, as pessoas preferem gritar "Toca Raul"! E as rádios preferem repetir seus repertórios; o que é uma pena, porque deixam de tocar muita coisa boa. Já cheguei a ouvir a mesma música na mesma rádio em menos de três horas! Normalmente o pop é o que mais se repete (não é à toa que é chamado de pop). Você não precisa esperar muito para ouvir Lady Gaga, Black Eyed Peas ou outras "eminências" (iminências talvez?) do mundo pop. Outro dia, no chat, um amigo citou-me uma frase da Ke$ha... Na verdade, a frase pouco me importou, pois eu sequer sabia quem era Ke$ha. Essa combinação de loira sexy e voz alterada por computador passara despercebidamente por mim até pouco antes de escrever isso que você lê agora. Ultimamente tenho ouvido um pouco mais de rádio para ficar antenado. Tenho de admitir: gostei de algumas coisas; mas fiquei aliviado ao perceber que não perdi tanto assim.



Numa noite não muito distante ao episódio do chat, minha namorada e eu estávamos assistindo a um desses reality shows no qual a pessoa começa feia e termina arrumadinha. Na hora do cabeleireiro:

- Nossa! Ela vai cortar o cabelo com o Wanderley Nunes! - disse minha namorada.
- Esse aí? - perguntei, apontando para a TV.
- Sim!
- Vocês se conhecem?
- Pô, ele é um cabeleireiro famoso! O cabeleireiro dos famosos!

Para mim ele é apenas mais um famoso rodeado de outros famosos, os quais eu, provavelmente, não saiba identificar. Até porque, quando o assunto é cabelo eu não presto lá tanta atenção assim, ou seja, já era de se esperar que eu não tivesse sido apresentado a Wanderley Nunes e sua trupe.

E se eu não entendo de penteados legais, provavelmente eu não entenda de moda, certo? Certo! Nas minhas últimas férias viajei na companhia de grandes amigos, ao bom e velho estilo "mochilão", indo de cidade em cidade. Num desses agradabilíssimos dias, resolvi puxar papo com um cara no trem, que estava numa cabine ao lado da nossa. Achei-o um pouco blasé e comentei isso com meus amigos. Eles me disseram que já esperavam aquele comportamento, pois o cara tinha uma mala da Louis Vuitton. "É uma grife?", perguntei. Nesse caso, há uma explicação bastante plausível para eu ignorar a marca: embora seja famosa, definitivamente eu não faço parte do público-alvo.

E não fazer parte da audiência do Pop é, afinal de contas, o que explica minha incultura pop. Não seria errado dizer que isso ocorre de forma proposital. É como se eu mudasse de calçada para não cruzar com o Pop. Por outro lado, também é provável que o Pop esteja me evitando. Talvez prefira, ao lado dele, gente descolada, com "estilo" e "atitude": não caras como eu, reticentes ao que é hit ou maioria. Certamente não sou um destinatário digno de suas mensagens do Pop. Não sou ninguém com quem ele deva se preocupar: é por isso que não estou em sua mira.

O Pop me poupou!

sábado, 4 de setembro de 2010

Europa 2010: Londres

Depois de uma baladinha dentro do albergue, Dandan, Ronald e eu estamos falando sobre o albergue e os brasileiros que encontramos na viagem.

Europa 2010 - Londres - 03/09/2010 - Podcast 01 by fcapell


Falando sobre as diferenças entre os banheiros da Europa e os do Brasil.

Europa 2010 - Londres - 03/09/2010 - Podcast 03 by fcapell


O vídeo a seguir mostra um trecho da caminhada do Pub Crawl. É como um "passeio guiado". Você encontra os guias num bar, paga um ingresso (uma fita colada no pulso). Essa galera toda vai para outro bar caminhando. No total são cinco bares, nos quais você tem direito a uma dose (a dose é diferente em cada bar) e compra duas cervejas pelo preço de uma. Nesse vídeo estamos indo do segundo para o terceiro bar: depois do "corta" eu me dei conta de havia me perdido dos guias :-)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Europa 2010: Paris

Estamos esperando o metrô na estação Parmentier. Nós tínhamos passeado pela cidade e paramos próximo a essa estação para beber. Na ocasião desses podcasts, tínhamos bebido e estávamos aguardando o trem para irmos embora.

Europa 2010 - Paris - 29/08/2010 - Podcast 01 by fcapell

Europa 2010 - Paris - 29/08/2010 - Podcast 02 by fcapell

Europa 2010 - Paris - 29/08/2010 - Podcast 03 by fcapell

Europa 2010 - Paris - 29/08/2010 - Podcast 04 by fcapell



Dentro do metrô, aparece alguém para cantar uma linda canção.

Europa 2010 - Paris - 29/08/2010 - Podcast 07 by fcapell
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