Após pouco mais de um mês sem postagens, aqui estou novamente para tirar o pó dessa esfera! Nesse momento estou em Conchas e relatarei alguns fatos que antecederam minha chegada nesse ponto o qual, em muitos mapas, sequer aparece.
Logo após ter voltado da viagem, fiquei uma semana em São Paulo, fazendo um treinamento por conta da empresa. Apesar de não trabalhar (no sentido literal do verbo), foi uma semana de bastante estresse graças ao meu computador... Mais especificamente, graças a um dos meus discos rígidos. Eu o havia removido para conectá-lo ao computador da minha irmã e fazer um backup. Entretanto, ele não funcionou no computador da minha irmã e (o que incrustou terror em meu semblante) não voltou a funcionar no meu! Ele simplesmente não era detectado pelo Windows como um disco válido. Esse contratempo técnico colocou em risco meus arquivos de música, alguns documentos e planilhas e, mais importante, todas as minhas fotos. Todas, sem exceção! O cenário era mais ou menos assim:
[Eu] - Sabe aquela foto?
[Leitor imaginário] - Qual?
[Eu] - Qualquer uma! Estão todas lá!
[LI] - Aquelas do Natal?
[Eu] - Sim!
[LI] - Aquelas das bodas de diamante dos seus avós?
[Eu] - Também...
[LI] - E das baladas?
[Eu] - Todas lá!
[LI] - Ah, joga essa porcaria de HD fora e restaura seu backup...
[Eu] - Nããããããããoooooo!!! [Se fosse um roteiro para o cinema, eu olharia para cima, onde haveria uma câmera. Então, como não tenho um backup, começo a gritar "não" e a câmera vai girando em torno de seu próprio eixo e se afastando, conotando a idéia de eu estar caindo, em "parafuso" num abismo].
Sentindo o gosto da angústia, pesquisei na internet sobre empresas de recuperação de dados. Descobri que havia uma próxima de casa que oferecia gratuitamente um teste no disco: nenhum problema físico foi constatado. No entanto, cobrariam R$500,00 para recuperarem os dados. Ouvir o preço foi um duro golpe contra a esperança de recuperar meus dados. Não obstante, eu podia sentir meu alter ego me reanimando. Era como se ele me segurasse pelo colarinho, estapeando e vociferando: "Pára de choramingar e pensa em alguma coisa... PENSA!". Superado o rompante de tormento, continuei pesquisando, procurando por outras formas de solucionar o problema. Até que, na madrugada de sexta para sábado daquela semana, finalmente consegui recuperar meus dados! Contei com a ajuda de um programa chamado File Scavenger e do apoio moral da minha amiga Borghi!
Com os dados recuperados pude descansar de verdade! Sobretudo porque na semana seguinte eu desfrutei da segunda parte das minhas férias (sim, minhas férias foram parceladas para que eu pudesse fazer aquele treinamento que citei anteriormente). Fiquei a maior parte do tempo em Sorocaba. Entre outras coisas, aproveitei para organizar as fotos e copiá-las em DVD: eu precisava fazer um backup depois do susto. Havia muitas fotos: só da viagem à Patagônia eram 2.500! Nesse caso, devo admitir que muitas delas poderiam ser descartadas: sabe como é, para registrar um momento, a gente acaba disparando várias vezes o obturador "só para garantir" que a foto fique boa. O resultado pode constituir-se de milhares de fotos.
Encerrada a segunda parte das minhas férias, efetivamente voltei ao trabalho. Fui parar nas proximidades de Assis (SP), numa usina de cana-de-açúcar. Trabalhei lá por três semanas e meia, porém, não fiquei o tempo todo em Assis: voltei para casa um fim-de-semana e, nos outros dois, fui para Arapongas (PR), visitar meu grande amigo e afilhado Grilo e sua esposa Ana. Foram fins-de-semana excelentes, com ótimas companhias e boa comida: sim, o casal gosta de cozinhar e o fazem muito bem! Muitas receitas regadas a azeite... A propósito, existiria, assim como água e gás encanados, azeite encanado? Esse serviço seria muito útil ao Grilo... Bom, para não acabar com todo o estoque de azeite, também saíamos para comer. Certa noite, fomos a uma pizzaria. Acomodamos-nos numa mesa e acenamos para um garçom, o qual nos disse que chamaria outro garçom para anotar o pedido. Deduzimos que ele fosse novo no emprego e, de alguma maneira, não se sentia confortável para desempenhar aquela tarefa. De qualquer forma, isso nos fez imaginar algumas situações que poderiam acontecer na seqüência.
Fazendo o pedido...
[Eu] – Por favor, meia portuguesa e meia calabresa.
[Garçom 1] – Ok!
[Eu] – E, para beber, uma coca...
[Garçom 1] – Só um minuto, pois vou chamar o garçom que anota o pedido das bebidas...
[Garçom 2] – Pois não?
[Eu] – Por favor, uma coca, um mojito...
[Garçom 2] – Claro, já lhes trago a coca, mas peço que aguardem pelo garçom que anota o pedido de drinks...
Quando a pizza chega...
[Garçom] – Portuguesa ou calabresa?
[Grilo] – Portuguesa, por favor.
[Garçom] – E o senhor?
[Eu] – Calabresa...
[Garçom] – Ah, sim... Só um minuto, pois vou chamar o garçom que serve a calabresa...
Ao pagar a conta...
[Eu] – Vocês aceitam cartão?
[Garçom 1] – Sim, mas vou estar pedindo que vocês estejam aguardando pelo garçom que vai estar cuidando do pagamento com cartão...
[Garçom 2] – Pagamento no cartão, certo?
[Eu] – Sim, no crédito, por favor...
[Garçom 2] – Só um minuto, pois notei que seu cartão possui chip e eu vou chamar o garçom que efetua o pagamento através de cartões de crédito com chip...
Minutos depois...
[Garçom] – Senhor Fausto?
[Eu] – Sou eu! E você, quem é?
[Garçom] Eu sou o garçom responsável por solicitar aos clientes que se dirijam ao caixa para digitar a senha do cartão.
Felizmente nada disso aconteceu e a noite foi muito mais prática do que pensávamos. Acho que essa imaginação toda foi inspirada pelo absinto que andamos tomando.
Por outro lado, na usina, ocorreram alguns diálogos um tanto interessantes. Transcreverei trechos de dois deles e, a fim de preservar a identidade dos personagens, usarei elementos da tabela periódica ao invés dos nomes.
Diálogo sobre as armas. Plutônio entra na sala para falar com Vanádio sobre um problema. Não lembro exatamente qual era o assunto, mas envolvia uma terceira pessoa. Vanádio mostra-se irritado com a situação. O diálogo encerra com uma metáfora introspectiva.
[Vanádio] – Plutônio, fala pra esse cara que a gente não fazer porque não dá!
[Plutônio] – Mas, Vanádio, não é melhor você ligar pro cara e explicar?
[Vanádio] – Não, eu não quero falar com ele. Vai você e fala com ele! E se ele reclamar, diz que EU não autorizei e, se ele tiver algum problema, manda-o falar COMIGO!
[Plutônio] – Você tem o revólver e as balas, mas quer que eu atire no sujeito.
Diálogo sobre como resolver um problema. Nessa passagem, Magnésio (o usuário) chega irritado por causa de uma impressora que "aparentemente" não funciona. Ele procura por Vanádio, mas não o encontra. Sendo assim, pede auxílio à Prata.
[Magnésio] – Cadê o Vanádio?
[Prata] – Ele está numa reunião. O que houve?
[Magnésio] – A gente está tentando imprimir uns documentos, mas a impressora está travada e está todo mundo parado. Eu preciso resolver isso com urgência!
[Prata] – Olha, Magnésio, na última vez em que aconteceu algo parecido com isso, a gente perguntou pro Vanádio como ele tinha resolvido e ele nos disse que não tinha feito nada: simplesmente voltou a funcionar...
[Magnésio] – Então liga pro Vanádio e fala que ele vai ter de fazer nada de novo pra resolver esse problema!!!
[Eu] – Calma aí! Se for assim, deixa comigo! Eu vou PARAR o que estou fazendo, vou começar a não fazer NADA e pronto: o problema será resolvido!
É claro que a minha participação nesse diálogo foi fictícia. Depois eu descobri que os usuários estavam selecionando a impressora errada. Ou seja, novamente nada precisou ser feito para resolver o problema! Teria sido eu quem resolveu?
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